"Bombas e prisões arbitrárias são a resposta ao grito politizado dos secundaristas de São Paulo
Na última quinta-feira (11 de agosto), os secundaristas de SP se reuniram na Praça Roosevelt para lutar contra o projeto "Escola Sem Partido" que tem como objetivo eliminar a "doutrinação ideológica" nas escolas. O Estado quer para a população a aprovação de uma espécie de lei da mordaça, em que professores que busquem conscientizar seus alunos possam ser criminalizados. Com gritos e cartazes defendendo a educação pública, a molecada mais uma vez deu um show de politização.
Logo no início do ato Policiais Militares não identificados cercaram os estudantes e sem motivo aparente detiveram 3 pessoas que foram encaminhadas para o 4o DP. Dali os secundaristas saíram em marcha para fechar o trânsito e exigir a libertação dos presos.
O ato estava tenso desde o início por conta da presença da PM que a todo momento transitava com suas motos para provocar os estudantes. Foi na altura do Cemitério da Consolação que o clima de tensão tornou-se ainda mais forte. Sem algum motivo aparente os policiais cercaram os estudantes e começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo. A Força Tática se encarregava de bater com cassetete naqueles que fugiam das bombas em direção ao seu cordão de isolamento.
Um colega nosso, o fotógrafo Rogério DSantis, foi detido pelos policias por "incitação a violência", vejam só! Após a repressão os secundaristas tentaram se reagrupar na Av. Paulista em frente ao metrô Brigadeiro, mas os PMs já estavam por lá para decretar a prisão de 10 estudantes. Segundo informações, alguns foram encaminhados a Fundação Casa por não portarem o RG.
Fica claro qual a política adotada pelo Governo do Estado quando o assunto é debater a educação. Lei da mordaça aplicada a todos aqueles e aquelas que ousam lutar contra o projeto Escola Sem Partido (ou melhor, escola de um partido só). A criminalização do movimento secundarista não começou ontem e os estudantes prometem não sair das ruas enquanto suas reinvidicações não forem atendidas.
